Eu acho que se eu fosse Deus e estivesse criando o mundo hoje, eu o dividiria em dois grupos de pessoas, os que trabalham e os ficam em casa vendo tevê. Está certo, vocês vão achar que todo mundo iria querer ocupar o segundo grupo, o dos vagais. Porém, eu disse que, eu sendo Deus, sou quem iria determinar isso, cada um não teria escolha. Quanta ditadura, vocês vão pensar, mas no fundo é pra facilitar a vida da turminha do primeiro grupo. Porque eu penso assim? Primeiro, tem gente que mais atrapalha as pessoas que realmente sabem trabalhar do que lhes ajudam. Segundo, é impressionante como tem gente que fica bem melhor em casa sem fazer nada, parecem que foram feitos pra isso! Combina com eles. Conheço alguns, até bem próxima a mim, que não deveriam trabalhar nunca. Só reclamam, só se queixam, só repassam seus problemas ou logo já trocam de emprego. Acho que esta busca insaciável, por uma tarefa diferente, fazendo com que a criatura não pare em nenhum serviço, esta inquietude, na real, é a busca mascarada por um sofá com tevê. Qualquer trabalho é foda! Tu tens que ter muito jeito pra coisa, sair de casa alguns dias saltitante e feliz para um matadouro, é duro. Sabendo que estás deixando de viver coisas incríveis neste tempo, muitas vezes, desperdiçado no ambiente de trabalho. Não é para qualquer cabeça, o cara tem que ser treinado para isso, tipo “Flipper”. O Arnoni me disse um dia, que gostaria de poder viver, no nível que ele vive, sem ter que trabalhar. Pra mim, isto seria um caos, eu fico dois dias em casa, já vi DVD, já molhei as plantinhas e já matei a saudade do meu cantinho. E logo, logo eu quero atividades como as coisas que sei fazer melhor, ou assim penso. Já invento uma foto, uma produção, um curta, qualquer coisa que me remeta ao meio, do inferno. O quê vocês mais amam neste Blog, são os exemplos, então aí vai: O meu irmão. Este é um caso raro de uma pessoa que não deveria sequer, se mexer, dia após dia. Trabalho fixo, com patrão, horários, compromissos e responsabilidades, não é com ele mesmo. Me lembro de alguns casos no seu último emprego, quando ele era motorista de ônibus. Teve uma vez que eu estava fazendo um churrasco, depois de eu lhe contar os tipos de carnes que eu assaria, deu vinte minutos e ele apareceu na minha casa, me apresentou o cobrador do ônibus, comeram rápido. Eu sem entender nada olhei pela janela e ele correndo, indo embora, disse: “Tenho que ser ligeiro por tem passageiro no ônibus esperando” Não tinha como não notar o enorme veículo cheio de gente estacionado em frente a minha casa. Tinham vezes também, que haviam muitos lugares livres no coletivo e as pessoas não sentavam, ele dizia que bastava algumas freadas de soco e estavam todos os assentos ocupados. Também tem a vez dos vendedores ambulantes de pastéis, que não podiam comercializar o produto no interior do veículo, porém com a liberação de uma unidade do quitute, para o motorista, desta vez passaria. Depois de pedir demissão de um jeito bem seu, deixando ônibus lotado na beira da praia de Ipanema, com o pessoal todo esperando, enquanto ele entrava, de uniforme, no Rio Guaíba, para se refrescar um pouco. É lógico que hoje em dia ele não está mais trabalhando, deve estar em casa vendo tevê, onde é o seu lugar e de vários outros.
29.11.05
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