7.10.08

Eu, minha sogra e o Paulinho

Que maravilha! A canditada que eu fiz campanha foi para o segundo turno! Não me contive e fui comemorar!
Ainda enquanto me arrumava pra ir pra festa da vitória, recebi o telefonema da fã número um da Maria do Rosário, a minha sogra. Manicure e cabo eleitoral. Conselheira das paradas de ônibus sem iluminação pública, tema adotado pela candidata assim que perdeu a primeira cutícula nas suas mãos.
Ela me disse que queria participar daquele momento único e fomos juntos para a Av. João Pessoa.
Mas no caminho pensei: "Eu que sofri tanto para registrar cada instante nesses dois meses da vida da candidata, vila por vila, debate por debate, será que tem alguma câmera registrando isso?"
Liguei na mesma hora para o meu chefe o Caio e a negativa da ação me foi confirmada pelo Nextel.
Putz! E agora? No momento mais importante, em que eu tanto trabalhei para que chegasse, não teremos nenhum registro?
Isso não pode ficar assim, liguei para o meu amigo, o grande câmeraman "Paulinho" e disse te arruma que vamos trabalhar! Ele e sua confiança pela minha pessoa, nem pensaram duas vezes.
Eu já estava estacionado na porta de seu edifício, quando ele desceu carregando o equipamento.
O Paulinho gravava, eu era um diretor deslumbrado pela vitória e minha sogra carregava o tripé, dá-lhe produção.
A canditada de cima do trio elétrico e na coletiva piscava pra mim, demonstrando que sabia da importância do meu trabalho na sua conquista. Via o Paulinho e se sentia segura pois estava ali aquele profissional que a acompanhou em todos aqueles dias de sol e chuva. Lembrava, com certeza, do calvário que foi a campanha para os dois . Ele estava lá, bem na frente, registrando mais uma vez todos os momentos. O melhor momento. Ela sorria mais ainda enquanto acenava e fazia mímica de pintura de unhas. A sogrona falava no meio da multidão: "Eu sou a manicure dela gente!"
Passava pelo corredor de correligionários que formava aquela multidão e gritava: "Oi, Vera Berinjela!"
A Verinha chegou trazendo seu fervor e devoção para presenciar aqueles instantes de excitação.
Ela dizia: " Acabo de perder uma caixa de berinjela, na aposta com o Caio!"
Eu pensei: " Perdi um salame pro Ivo, uma Asti Italiana pro Caio e um queijo da colônia pra Verinha"
Enfim, foi lindo! Sensação de missão cumprida!
E tudo começou com um salame na casa do Caio...

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