Numa segunda-feira destas, o dia amanheceu mais tranqüilo que água de poço. Depois de um sábado e domingo tempestuoso, montando a apresentação de um grande job, de uma agência de São Paulo. Naquela manhã dormi bastante, acordei e minha mulher já havia saído para o trabalho. Saí de casa, quase meio dia, lavei o carro e fui conversar com um amigo, sobre possíveis projetos de cinema, e falamos muito. Quando já eram duas da tarde a minha assistente falou comigo (foi a última pessoa a fazer contato) e eu disse que ela poderia aguardar definições em casa, que eu estava indo para a produtora. E a minha viagem sobre como poderia ser o futuro, foi se divagando, até que se passaram duas horas. O atraso foi inevitável, já eram quatro horas da tarde, o celular no silencioso estava no bolso da camisa. Porém nunca imaginei que o “boca a boca” dos amigos por telefone, fosse gerar tamanha confusão. Fulana que ligou, pra bertrana, que ligou pra cicrana e ninguém sabia onde eu estava. Minha mulher ligou pra minha irmã, que telefonou pra minha pseudo-amante, a Jacque, sei que até pro H.P.S. ligaram. Era um seqüestro relâmpago, ou perdeu a memória e esta vagando nas ruas, ganhou na loteria e fugiu sem pagar os carnês, enfim um sumiço sem explicação. Foram só duas horas. Imaginem esta situação á alguns anos atrás, quando não existia o imediatismo do celular. Se saia pela manhã com o dia programado anteriormente, todo mundo sabendo aonde se ia, com quem ia, quando voltava, iria fazer o quê? Neste dia fatídico estava eu lá tranqüilo, pirando duas horas com um parceiro, celular no bolso, enquanto, praticamente um cara vestindo preto e cartola me media para eu abotoar o paletó de madeira. Toda a tragédia estava armada. Meus compromissos eram mais tarde, duas horas não fariam diferença, a responsabilidade, muitas vezes, aparentemente não visível, ainda possui o meu ser. E se eu resolvesse ter um “affair” extraconjugal no horário do meio dia, muito em moda atualmente. Aproveitando aquela promoção do motel na Cavalhada que dá um carreteiro, para os praticantes no horário do almoço. Eu nunca poderia usufruir a tal luxo? Só imaginem os bombeiros, a Jacque, a Fani, a Sandra, minha assistente e a minha esposa, invadindo a promoção, na borda da cama, enquanto eu comia.....o carreteiro é lógico! Assim não há quem consiga, tenha santa paciência!
Quando puxo o telefone para fazer uma ligação, a caminho do serviço, o mesmo estava chamando no silencioso, era a tia da minha esposa que estava na minha casa passando roupa. “Meu filho, estão todos loucos atrás de ti!” a ficha caiu, marcavam onze ligações não atendidas. Eu tinha estado sem comunicação por duas horas. Tive que ligar e explicar que não foi desta vez que a violência urbana atual, me atingiu, mas que o serviço de busca e apreensão das pessoas que me querem bem, está superando a nossa polícia, isto ninguém pode negar!
28.10.05
O Dia em que eu sumi por duas horas
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