28.10.05

Como fazer um louco

Ninguém nasce louco. A gente quando sai do ventre é purinho da Silva, até te darem umas palmadas, te fazerem chorar e te jogam no colo da tua mãe. Viram. Foi só uma frase e já começou a loucura. Para se montar um bom louco são necessárias tantas coisinhas miúdas: Ele deverá ser criado por sua família, muito bem moldado pelos seus pais, um verdadeiro trabalho de ourives. A família é a maior incubadora de psicóticos que nossa mente conseguiria criar. E eles se criam, e viram motoristas de trafic, produtores de comerciais, secretárias gostosas e logo estarão soltos para a vida. Geralmente, soltos para a vida dos outros, outros loucos criados por outras famílias insanas. E assim num efeito Gremlins, que caem na água, eles se multiplicam e proliferam, tomando diferentes rumos. Viram loucos assassinos, presidentes de grandes nações, loucos do hospício São Pedro e até loucos que trabalham contigo na mesa ao lado. É a vivência do dia-a-dia com as mais variadas neuroses, geralmente de pessoas que tu amas, que te fazem assim, um louco de carteirinha.
Poderia contar o caso que meu patrão já eternizou em sua coluna da Zero Hora. Aquele, de eu ter uma foto de infância na Disney sem nunca ter estado lá. Pequenas mentirinhas para se fazer uma criança parar de incomodar numa hora inoportuna. Me disseram: “O quê? de novo? Tu não lembras? Tu já foi, olha esta foto do calendário, é tu na Disneylândia” E eu vendo aquela criança voando no dumbo no parquinho, ali, no calendário do restaurante do meu pai, acreditei!
Também tem o caso da turminha, da quarta série, do colégio de freiras Mãe Admirável, que toda a classe foi escolhida para o coral, menos uma criança, eu. Foi lá a Catarina e quase transformou a freira em “noviça voadora” . E logo, logo, estava eu no coral com esta vozinha que deus me deu, fazendo bonito na apresentação de natal. Não pára por aí!
Eu lembro muito bem, das sobras de roupas da minha irmã que eu era agraciado de vez em quando. Modelos de Colans, macaquinhos, tamancos e melissinhas me chegavam para muitas vezes serem “customizados” por um toque de raiva, que me era peculiar nesta situação.
É lógico que na infância ou pré-adolescência de vocês devem ter inúmeras situações promovidas pelos seus pais, talvez melhores que as minhas. Porém se na tua vida está faltando um pouco de loucura e emoção, eu te empresto os meus parentes Dreher’s.

Um comentário:

Anônimo disse...

beh

hhehee
pior ser a primogênita da casa e herdar as roupas dos primos...