28.6.06

O segundo gato que matei

Eu em toda minha vida matei dois gatos, um sem querer como relatei no mês outubro de 2005 neste blog, (vide arquivos, não deixe de ler) e outro fui forçado pelas circunstâncias. A história do gato exorcista começa, mais ou menos, assim: Em um dia muito quente do carnaval de 2003, eu estava em casa, á tarde, atirado no ar condicionado, quando o telefone tocou. A minha esposa atendeu, e séria ela só dizia: “Ahãm, ahãm, tá tô indo pra aí agora, mas vocês já ligaram pro veterinário?” Era uma amiga dela que ligara chorando de um celular, de dentro do seu banheiro, dizendo que a “Nikita” (nome da gata) havia ficado louca. A gata tinha tomado conta de situação, elas tinham uma tela na cobertura que parecia um viveiro. A “bichana” estressada por não poder sair e no comando, colocou a moça e sua mãe trancadas e completamente amedrontadas, no banheiro do apê. A minha esposa não foi, me mandou lá tentar acalmar as três gatinhas (uma de quatro patas e duas de duas). Imaginem só! Ah! Tem mais! A minha mulher também mandou para o apartamento sitiado, um amigo dela gay, só pra me ajudar. Ele chegou direto do Cooper na redenção, sem saber o quê o esperava. Vestia um “shortinho” curto e camisetinha “foda-me please”. Já eu, imaginando o gato gigante destruidor, saído do seriado Ultraman, vim cheio das lãs, casacos, luvas de gramado, óculos, chapéu, parecia um esquimó em pleno fevereiro. Resolvi subir no apartamento, elas me jogaram pela janelinha do banheiro as chaves. Quando abri a porta a “Nikita” estava na escada caracol da cobertura, no degrau na altura da minha visão. Ela sentou como se estivesse possuída pelo demo, deu uma miada super forte e mijou longe na minha cara. Eu fechei a porta e pensei: “O quê eu estou fazendo aqui?” A gata subiu correndo para a cobertura, e eu pude soltar as mulheres do W.C. Quando entrei, parecia o toalete do filme psicose, tinha sangue por todos os lados, no chão, e nos azulejos. Um horror, elas choravam e diziam: “Estamos todas mordidas, a gata ficou louca, mordeu até a bunda da mamãe!” Pensei: “Tenho que prender logo este gato!” Subi na cobertura, e a gata estava escondida, eu estava sozinho desci e fui procurar o amigo da minha mulher. Ele estava olhando o guarda-roupa das moças escolhendo um “modelito” que se aproximava ao meu, mas tinha que combinar e não ficar tão cafona. Desisti, voltei a subir e localizei a gata em baixo da churrasqueira, puxei com uma vassoura e quando ela saiu joguei em cima um cobertor. Quando fui firmar a gata, ela por cima da coberta me mordeu. Eu já cansado e um pouco assustado dei uma “pancadinha” ,um pouco mais forte do que devia, com o cabo da vassoura na cabeça do felino, ele adormeceu na hora. Eu gritei pro pessoal que estava lá em baixo, na sala, “Mandem a caixa, mas não se aproximem, eu a peguei!” Daí comecei então, a fazer um teatro como o do cara que vende o apito do gato, pois a gata já estava morta e todos pensavam que a tinha pego viva. Saí correndo do apê, pedindo licença e fingindo estar com o gata furioso dentro da caixa. Liguei mais tarde, dizendo estar no consultório veterinário e tinha sido aconselhado pelo médico a sacrificar o bichinho. Elas teriam então que autorizar tal ato, ainda bem que a resposta foi sim, senão eu estaria até hoje procurando um gato igual, nas lojas do ramo, para lhes devolver.

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