15.3.10

O Cinema Brasileiro e a sua relações com o tal "Sr. Oscar"

Em uma noite destas a mina que apresenta o Jornal da Globo, perguntava aos telespectadores “Por que os filmes Brasileiros não ganham o Oscar?” Se referindo ao prêmio dado ao filme Argentino: “ O Segredo dos teus olhos”. (Melhor Filme Estrangeiro-2010)
É lógico que eu tinha que conferir, o filme é muito bom, parece um filme feito em Hollywood, um filme “Gringo”, luz perfeita, bom som, ótimos atores e um roteiro impecável.
Mas o que eles têm que a gente não tem?
Parece que o nosso cinema é “Raso”, é muito “a vida como ela é”, chega a ser tosco!
Será que só por ser Brasileiro, viver em uma favela Carioca ou em uma casa de barro no sertão, já é motivo pra sensibilizar a “Gringolândia Hollywoodiana”. Me parece que não tem funcionado, precisa ter conteúdo.
Em 1962, eu nem era vivo pra poder palpitar por que o filme “O Pagador de Promessas”, que por sinal eu gosto muito, não levou o prêmio no festival daquele ano. Mas vamos aos outros indicados.
“O Beijo da Mulher Aranha” (1985) é um filme legal, deu o que falar na época, até parecia ter conteúdo, um dramalhão existencial, poucos personagens, quase um cenário apenas. Tratava sobre a carência da prisão com um mix de sensibilidade aflorada pelo homossexualismo.
Mas tudo isso ainda era pouco, faltava aquele toque de astúcia, trama. Nada de vir o Oscar!
Em 1995, fizemos um filme de época na serra Gaúcha, cheio de boa vontade, mas totalmente sem qualidade. Aí, mandamos para os Estados Unidos, um simples caso de troca de esposas, em “O Quatrilho”, chegamos perto, mas era muito superficial e uma produção bem “pobrinha”.
“O que é isso companheiro?” (1997) É um filme bom, bem produzido, um elenco razoável, com um tema que nos diz mais a respeito, do que qualquer outro país. Mas o que interessa, é que foi filmado como mais uma mini-série da Rede Globo.Foi por pouco, mas nada de vir o Sr Oscar.
Para a telona tem que se fazer cinema e pensar como cinema, porém, isto não é fácil.
Mostramos em 1998, o Nordeste e a ignorância do nosso povo humilde, em “Central do Brasil” e mesmo assim, não levamos a tão sonhada estatueta.
Apresentamos em 2003 a favela Carioca com sua violência, o tráfico e toda a estrutura narcotráfico no Rio, em “Cidade de Deus”, e também não ganhamos nada.
Quem sabe a gente não mostra mais todo este “Buffet” (Self Service) que é a cultura brasileira e nos aprofundamos mais em personagens complexos, em uma boa trama e qualidade de som e luz. Te custa?

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