28.12.05

“Que tempo bom que não volta nunca mais...”

Neste fim de ano, no marasmo das férias coletivas da empresa, encontrei no Orkut um amigo de infância, fato que me valeu ter ficado na cidade, durante a festa da virada. Faziam mais de quinze anos que eu não falava com o Angelito, grande amigo de minha infância e adolescência. Criei-me com um grupo de cinco amigos inseparáveis, eu, o Alemão, o Newton, o João e o Angelito. Foram tantas aventuras e sonhos que não haveria fim, se eu tentasse pôr tudo em um texto. Cada dia que nos encontrávamos nos olhávamos e ficávamos pensando como transformar aquele dia simplório, em um dia especial, e todo dia se repetia esse ritual. O ponto de encontro podia ser a minha casa ou em uma esquina qualquer do Guarujá. Só sei dizer que era demais. Eu era o tramposo, tipo o cérebro ardiloso do grupo, o verdadeiro “moita”. O Angelito era pau pra toda obra, não tinha “ruim” pra ele. O João era um detalhista sem igual, meticuloso e sempre topava a versão da maioria. O Alemão dono do buteco mais próximo era parceirão, mas perdeu algumas aventuras por estar atrás do balcão. O Newton adorava a tradição militar da família e tentava impor um pouco de disciplina no grupo. Eram os trapalhões, em suas aventuras, fizemos filme, tínhamos jornal, fazíamos viagens, comíamos na Pizzaria Chuca e muito mais. Foram diversas tramóias para conseguir dinheiro para levar o grupo todo ao restaurante: Livro ouro, campanha do agasalho, pedágio e muita maracutaia. Quando subíamos o morro do quartel da Serraria(propriedade do exército, com acesso proibido) aí era demais, acampamentos, caminhadas e a companhia do ilustre convidado Tavinho. O Tavinho era um caso á parte, era uma agregado ao grupo que vinha da Zona Norte para se tornar poderoso. Ele era um gordinho desajeitado, e sem nenhuma coordenação motora, era muito tosco e sofria muito. Só se fudia, e sempre queria mais, cada invenção nossa, era tipo um desafio de crescimento pra ele, tipo o Karatê Kid da época, superação total.

Mas a vida cruel parece não querer que o grupo todo se encontre novamente, agora que encontrei o velho Angelito de guerra, o Alemão se mudou para São Paulo. O Newton e o João estão “de baixo da minha asa”. Sabe de uma coisa, hoje vou atrás do Tavinho ou quem sabe do Jr. da Maria Luiza, da Hagamenon, do Vanildo, do anão do Danilo, etc...Vamos todos aproveitar e vamos atrás das nossas melhores lembranças da nossa infância. Tentem.


2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei, você e seus textos são demais.

Anônimo disse...

ESTE É MEU ÍDOLO!!!!!
Fala bixo, já me encarreguei de buscar o Joãozinho... O Newton tá pela área, eu tou de volta...
Quero saber quando tu vai escrever dos teatros, casa mal-assombrada, o ônibus na frente da tua casa, as filmagens na casa do alemão Guzinski..Ai de ti ter jogado fora as fotos e filmagens tão históricas!!