29.1.08

Meus três traumas tristes

Esta história está ficando famosa, aonde eu chego me pedem pra contar, o pessoal já vem com aquele sorriso estampado. Sempre começo xingando e lembrando que como diz o título, os traumas são tristes e é para parar de rir. Parece que a minha ausência nos divãs de psicólogos por estes quase quarenta anos me moldaram mais cara-de-pau. Trazendo á tona em locais públicos, como este blog, meus três traumas tristes:
Primeiro Trauma: Imaginem uma sala de aula de um colégio de freiras na terceira série primária, imaginaram? Agora, depois de toda a turma passar pela seleção criteriosa da madre, professora de canto, para a futura formação de um coral de natal, apenas um infeliz de toda a classe, não foi selecionado para tal coral, quem? Eu, este pobre perdedor do ídolos cristão!!!!!! Deu, ferrou, é trauma na certa!!!!!!
Segundo Trauma: Todos são sabedores que eu tenho uma irmã mais velha, que se veste como uma Drag queen, detalhe: Desde pequena. Pois então, minha mãe, muito econômica e pé-no-chão que sempre foi, fazia com que as roupas boas que não serviam mais para a minha “mana”, fossem por mim herdadas. Por livre e espontânea pressão, quase eu virava “mana”! Eu, este pobre estilista acidental, desesperado e criativo, sempre tentando transformar um colã, por exemplo, em alguma peça do guarda-roupa masculino. Lembro-me de numa manhã fria, colocar correndo um blusão de lã branco, sobra da minha irmã, só me dando por conta ao chegar à aula, (Aí, já num colégio estadual) que o mesmo continha uma flor gigante bordada em lantejoulas. A reação foi imediata: “Bichinha! bichinha! bichinha!”. Voltava correndo para casa, já pensando em como customizar ou descaracterizar tal roupa, transformando em uma coisa sóbria e neutra, para um “lord inglês” como eu.
O Terceiro Trauma: O último, o pior e o mais popular: A falsa viagem a Disney. Quando eu era pequeno enchia muito o saco dos meus pais, ricos na época, para me levarem a uma viagem á Disney. Até que um belo dia, depois de horas de “aporrinhação”, meu pai me solta esta, mostrando uma foto de um calendário na época: “Pra quê ir a Disney, se tu já foste? Não lembra?” Eu com um ponto de interrogação estampado no rostinho, olhava tal foto, de um calendário do restaurante dele, com a imagem de uma criança andando num elefante Dumbo voador, até meio parecido comigo, porém, mais jovem. E as pilhas de dúvidas se formando:
“Cadê as outras fotos?”
As contestações também eram imediatas, “Queimaram todas, só sobrou esta aí resolvi fazer um calendário!”
Retrucava, eu: “Como não me lembro de nada?”
”Se não lembras, pra que ir novamente? Tu era muito jovem!”
Desisti da “peleia”, de faca, e saí grato, orgulhoso e sorridente. Respondendo até, mais ou menos, quatorze anos, que eu já tinha ido á Disney, porém, era pequeno e não me lembrava de quase nada.
Agora pergunto, pra quê psicólogo se eu tenho Blog? Beijos.

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