3.6.10

Violência diária, cada vez mais banalizada!


“Parado aí, Miami Vice!”

No último sábado aconteceu comigo uma coisa que pode acontecer com qualquer um de vocês, por isto resolvi prevenir o leitor deste Blog. Meu blog, cada vez mais educativo e de cunho social.
Estava filmando com alunos da ESPM, na Zona Norte da capital e na pausa do almoço, fomos a um restaurante em uma avenida muito movimentada, Avenida Assis Brasil. Na saída do estabelecimento, entrei no carro do meu colega Professor Catota, junto com o Professor Nazari e mais dois alunos, enfim rolou aquele mutirão da carona e o carro estava lotado. Ao sair do estacionamento enquanto o Catota, que dirigia, manobrava o carro eu avistei uma briga de um homem e uma mulher, logo pensei: “Briga de casal, covardia!” e apontei, neste mesmo momento o casal se separou e uma bolsa feminina se colocou entre eles e começaram a puxar um de cada lado. O cara dava muitos socos no rosto da mulher e ela não largava a bolsa por nada! Era um assalto e todos chegamos a esta conclusão apenas num olhar. Como um piloto de fuga o Catota avançou em direção ao ladrão freando bruscamente bem próximo ao assalto. Daí as coisas que se sucederam foram muito rápidas, como em frações de segundo e fui “apossado por um espírito”. Parecia os velhos tempos do teatro de rua, me transformei em um “Tira de Hollywood”. O carro nem tinha parado e eu já estava abrindo a porta, peguei a única coisa que tinha nos bolsos, minha carteira, e coloquei meio corpo pra fora do carro, me protegendo com a porta aberta, gritei com voz de macho: “PARADO POLÍCIA!”
Foi um somatório: Carro preto grande do Catota + O som da freada brusca do carro + Meu super “acting” + Minha “Latinha Trash 70’s”, culminando com meu berro de “Gran Finale”!
Batata! O cara ficou atordoado, pulava sem parar no mesmo lugar, desnorteado, sem saber pra onde fugir. Ele saiu correndo e se embrenhou num matagal próximo.
Só aí foi possível acalmar a moça que chorava muito, ela é caixa de um supermercado próximo dali e usava aquela rua deserta para chegar mais rápido á parada de ônibus na Avenida Assis Brasil. Coitada ela estava em estado de choque!
Ela me agradeceu muito e virei herói por um momento! Eu sorria chapado, de adrenalina, parecia em transe.
Porém, quero deixar bem claro que o que fiz foi totalmente impulsivo e errado, eu poderia estar morto e não aqui escrevendo este texto.
Bastava que o cara estivesse armado, ele, com certeza, atiraria em mim e eu morreria com a minha carteira empunhada com se fosse um revólver!
Bobão! Mas de onde tirei esta idéia? Acho que estou vendo muita Tevê!
“Adrenalina Máxima!”